Martin Scorsese e os espelhos
O cineasta Martin Scorsese faz uso do reflexo dos personagens em cenas fundamentais de praticamente todos os seus filmes. O vídeo foi feito pelo editor Ali Shirazi.
O cineasta Martin Scorsese faz uso do reflexo dos personagens em cenas fundamentais de praticamente todos os seus filmes. O vídeo foi feito pelo editor Ali Shirazi.
Saiu há pouco o documentário “O Que É Nosso – Reclaiming the Jungle”, dirigido por Jerry Clode, Murilo Yamanaka and Allyson Alapont. Em pouco mais de 60 minutos, o filme registra como várias festas de rua gratuitas estão ajudando a mudar o cenário melancólico e monocromático da região central de São Paulo.
As festas de rua não são algo novo em São Paulo. Em bairros (principalmente) das zonas sul e leste há eventos abertos de rap, funk, eletrônica há anos. Mas dois fatores ajudam a entender por que essa movimentação de agora é algo relevante.
Primeiro porque fazem com que o centro da cidade ganhe vida noturna e nos finais de semana e sem qualquer tipo de segregação. Moradores de rua, integrantes de movimentos sociais, comerciantes, garçons, enfim, todo tipo de gente se mistura a jovens de classe média que querem se divertir ao ar livre, e não dentro de um clube.
E segundo porque é uma alternativa acessível à caríssima noite paulistana. Frequentar clubes em São Paulo tornou-se algo impossível para quem não pode/não quer gastar menos do que R$ 100 ou quantia parecida em uma noite. Daria para comparar as festas de rua com a comida de rua, mas nessa comparação as festas de rua saem ganhando bem, já que a comida de rua paulistana renasce com uma certa “gourmetização” que a deixa quase tão cara e inacessível como os cardápios dos restaurantes.
Sem restrições estéticas, políticas, econômicas ou sociais, festas como Voodoo Hop, Capslock, Metanol, Free Beats, Selvagem e outras fazem mais pela cultura de São Paulo do que qualquer iniciativa do poder público.
Bobo e Klara são duas garotas que levam uma vida normal para garotas de 13 anos. Não se dão muito bem com os pais, não são extremamente bonitas, não são as mais populares na escola e, como vivem na Suécia, tentam espantar o tédio com idas ao Centro da Juventude da cidade, que serve como ponto de encontro e local de ensaio para bandas locais.
Irritadas com um grupo de jovens mais velhos que tocavam no lugar, elas inventam que têm uma banda para tocar no lugar dos caras. O ano é 1982, e elas curtem punk e não entendem por que quase todo o mundo acha que o punk morreu.
Esse é o ponto de partida de “Nós Somos as Melhores!”, filme dirigido por Lukas Moodysson (o mesmo de “Amigas de Colégio” e “Corações em Conflito”).
As duas meninas nunca tocaram nada, mas isso não importa. Uma fica com o baixo e outra encara a bateria (são os únicos instrumentos disponíveis no local). Tempo depois, chamam Hedvig, aluna cristã e tímida da escola, para assumir a guitarra na banda.
“Nós Somos as Melhores!” não é um filme sobre o punk, nem sobre música. Nos EUA, é o tipo de filme descrito como “coming of age movie”, sobre o amadurecimento adolescente. Nesse sentido, é um grande exemplo de como o cinema pode tratar com sensibilidade e humor uma fase tão turbulenta e cheia de descobertas de nossa vida.
Não há aqui os clichês costumeiros dos filmes do gênero. Bobo, Klara e Hedvig, cada uma ao seu modo, escancaram as falhas, manias e dúvidas assim como a esperteza, a petulância e a energia que existem em meninas dessa idade.
Mas “Nós Somos as Melhores!” não é feito apenas para adolescentes. Tem inteligência e vida suficientes para encantar a qualquer um, como outro grande filme deste ano, “Boyhood”.
“Nós Somos as Melhores!” está em cartaz em algumas cidades brasileiras. Em um circuito tomado por “Jogos Vorazes”, é um belo respiro.
O arquiteto Federico Babina criou a série “Archiset”, na qual cria ilustrações em que imagina o interior do set de alguns filmes conhecidos. A série tem 17 desenhos.
Kubrick e Hitchcock são os preferidos de Babina (e tem até um Almodóvar).
Que ideia sensacional. O fotógrafo Christopher Moloney vai a locais que serviram de locação para filmes e recria as cenas unindo a imagem do longa à paisagem real.
Segundo o próprio site de Moloney, suas imagens podem ser vistas em casas e galerias de países como Reino Unido, canadá, Rússia, Itália, Estados Unidos e Brasil.
Tem muito mais no site de Moloney.
Este cara fez um clipe com cenas de personagens do cinema usando o… dedo do meio. A música, apropriadamente, é o hit “Fuck You”, do Cee Lo Green.
Uma das mais famosas cenas do cinema, a simulação de orgasmo feita por Meg Ryan em “Harry e Sally” foi refeita pelo holandês Matthijs Vlot. Ele adicionou pequenos trechos de outros filmes e animações em sua recriação.
Vlot está se tornando um epecialista em picotar e editar sons e imagens. É dele o remix de “Hello”, de Lionel Richie.
A ideia não é exatamente nova, mas ainda funciona.
Em uma espécie de universo paralelo do cinema, como seriam feitos alguns filmes clássicos?
Daqui. E, aqui, mais sobre esse universo paralelo do cinema.